sábado, 26 de maio de 2012

CINEMA: O PRINCIPE DO DESERTO


Assisti por curiosidade, afinal, mais globalizado que O PRINCIPE DO DESERTO (Black Gold, 2012), dífícil. O dinheiro para produção foram dos árabes, o filme foi gravado na Tunisia e Catar, é baseado num livro suíço, o roteirista holandês e a produção executiva foram dos italianos. No elenco tem inglês, espanhol, francês, americano e uma indiana. Com Antonio Banderas, Mark Strong e Freida Pinto no elenco, essa superprodução poderia ser até um filme mais emocionante, mas a direção do francês Jean Jacques Annaud, que dirigiu bons filmes como "Dois Irmãos", "O Nome da Rosa" e "Circulo de fogo", deixa a desejar. Se a idéia era reaviver o amor a clássicos como "Lawrence das Arábias", melhor partir para outra. O filme demora muito pra engrenar, as edições e os diálogos rápidos não permitem entender a trama e quando finalmente entendemos em torno de quê a estória gira, já estamos cansados, meio que com vontade de desligar a TV.

Depois de travar uma batalha sangrenta, no oriente médio da década de 20, o vencedor Nasib (Antonio Banderas) e o derrotado Ammar (Mark Strong) fazem um tratado de paz. Prometem não guerrear contra o outro, desde que nenhum dos dois explorem uma área de terra desértica chamada "faixa amarela". Como garantia do tratado, Nasib leva dois dos filhos de Ammar para ser criado em seu reino, entre eles o jovem Auda que com o passar do tempo acaba se apaixonando pela jovem e belíssima Leyla . Quinze anos se passam, e ambos os reinos estão pobres, até que um americano procura o rei Nasib informando que descobriu petróleo nas terras da faixa amarela. Nasib decide explorar o petróleo, se tornando um rico reinado, porém atraindo a fúria de Ammar, que acredita que a exploração fere não só o tratado, como a vontade de Alá. Tentando evitar uma nova guerra, até porque teoricamente venceria por ter mais dinheiro e armas modernas, Nasib envia Auda como emissário de paz, porém, acaba sendo convencido a liderar um exército feito de prisioneiros e selvagens contra Nasib.

As cenas de guerra são muito bem feitas, porém são poucas, de modo que parte do filme tenta retratar os diálogos do livro e fica meio entendiante. Pra começar, gostaria muito de ler o livro original, pois é complexo e possui muitas referências.  Em princípio como diz o título original (Ouro Negro), tenta mostrar como o dinheiro e a riqueza pode mudar negativamente e positivamente uma cultura, mesmo que seja tão fechada e fanática como a do islamismo. Auda é o jovem nerd, nunca pegou numa arma, mas acaba liderando um exército improvável e fazendo-o aumentar durante o percurso graças a sua inteligencia como estratregista, chegando a vencer um exército com metralhadoras e carros blindados. A religião islâmica é mostrada como tradicionalissima, principalmente na cena, onde Auda tenta convencer os anciãos de Ammar que carros, petróleo, escolas e hospitais não são inimigos de Alá.

O grande problema de O Principe do Deserto fica mesmo com o roteiro. Tendo que adaptar um livro cheio de paginas, se perde totalmente em situações sem importancia que não adiciona nada ao filme e que poderia ser apenas mencionado. Por exemplo, parte da infancia mostrada de Auda e Leyla, poderia ser excluída, não fazendo o telespectador cansar.

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