sexta-feira, 29 de junho de 2012

CINEMA: INVICTUS de Clint Eastwood



Assisti ontem no meu serviço, como parte de um trabalho motivacional do pessoal do DH, e gostei bastante.  “INVICTUS” é o 31º filme dirigido por Clint Eastwood, e o terceiro em parceria com o ator Morgan Freeman. Admito que costumo ser resistente com Eastwood, a princípio assisto seus filmes com certa desconfiança, não só porque detestei “Sobre meninos e lobos” mas porque, em geral, costumo achar sua direção arrastada, mas assim como aconteceu com “Gran Torino”, me surpreendi com este.

O flme é baseado na biografia de Nelson Mandela, escrita pelo jornanalista sulafricano John Carlin, que no Brasil ganhou o título de "Conquistando o inimigo". "Invictus" é uma alusão ao campeonato mundial de Rugby vencida pelos springbrooks, apelido da seleção da África do Sul, sem perder um partida sequer, graças ao trabalho de motivação do seu capitão Francois (Matt Damon), por sua vez, incitado pelo então presidente Mandela.

A cena inicial do filme não chega a ser chocante, mas mostra o que vem pela frente. Em um campo abandonado, um monte de garotos negros jogam futebol, do outro lado, num campo arrumadinho, o time de rugby, de jogadores brancos, treina, quando uma delegação trazendo Mandela da prisão, após passar 27 anos preso, passa causando reações diferentes. Quatro anos depois, Mandela é eleito presidente, e assim, os negros que o elegeram imaginam que Mandela fará o óbvio, fortalecerá a força dos negros, e marginalizará os brancos, que durante décadas os oprimiram por meio do Apartheid. O Rugby é o principal símbolo desta época; adorado pelos brancos, que veem o futebol como um esporte dos negros, assim, na primeira oportunidade, os novos ministros decidem mudar seu nome e as cores do time, como uma forma de punir os brancos. É justamente neste campo que Mandela se mostra um líder nato, disposto até mesmo a jogar sua carreira política no lixo, para fazer o que parecia ser impossível: juntar brancos e negros e formar uma nação arco-íris, onde todos podem ser livres e iguais independente de sua cor.


 
As cenas de rugby são fantásticas, principalmente por escolher deixar o som direto - respirações e o choque dos jogadores - ao invés de colocar alguma música melosa. Morgan Freeman está bem como Mandela, embora tenha se preocupado mais em imitar o sotaque dele, do que necessariamente interpretar.  Apesar do filme durar quase 3 horas, Eastwood faz um filme conciso, sem muitas explicações desnecessárias ou se aprofundar em dramas que fuja do contexto. Em vez de perder tempo explicando situações, Eastwood prefere mostrar subjetivamente, dando uma idéia geral para o telespectador do que ocorre. Por exemplo, em vez de mostrar cenas de segregação entre brancos e negros entre a população, ele prefere resumir tudo na relação entre a guarda presidencial, o qual para surpresa dos guarda-costas negros, Mandela manda contratar um grupo de policiais brancos, que faz parte do mesmo grupo que oprimiu vários negros, inclusive, o próprio Mandela. Como ele diz numa emblemática frase "Vamos esquecer o que passou. Vamos pensar no futuro."

É óbvio que ainda hoje, cerca de quase 20 anos depois, ainda existe problemas sociais causados principalmente por causa do racismo, mas a vitória do time de Rugby foi um dos pilares para que Mandela conseguisse trazer um pouco de prosperidade a Africa do Sul. Se havia resistencia dos negros contra o time, havia também resistencia do time aos negros. Assim uma das sugestões do presidente, foi acatada pelo capitao Francois, a contragosto dos jogadores: correr o país, ensinando e ajudando a popularizar o rugby. Nos dando uma cena muito emocionante, quando eles chegam numa favela. Inicialmente o capitão diz "finjam alegria, afinal câmeras estão ligadas", mas no fim, eles acabam se envovendo com todos, mostrando que quando se tem iniciativa, é possível juntar negros e brancos.

Enfim, "Invictus" é um filme leve, que não tem necessariamente intenção de promover Nelson Mandela, mas de mostrar como com inteligência e liderança, e utilizando uma fórmula simples e boba - como diziam seus acessores ao se referir ao rugby - fez com que a África do Sul pela primeira vez se tornasse Um time, uma nação!, juntando não só 62 mil pessoas do Estadio, mas 42 milhões de sulamericanos.





Um comentário:

Fillipe Mak disse...

De fato, Invictus, é um bom filme a se ver.
Pra quem gosta d filmes assim como nós.
Bem dirigido e até tocante.
Boa pedida pro fds.

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