sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ALUGA UM FILME, VAI QUE CHOVE?





Poder Sem Limites, Chronicles, EUA - 2011.


Parecia que depois da série Heroes e de alguns filmes que mostravam pessoas comuns ganhando superpoderes, essa fórmula tinha desgastado e chegado ao fim, mas eis que surge PODER SEM LIMITES. Mas apesar da fórmula desgastada, até que essa produção do estreante diretor Josh Trank surpreende e mexe com a sensibilidade de quem está vendo justamente por utilizar outra fórmula desgastada, mas que neste caso, caiu bem: a do reality show em primeira pessoa consagrado em Bruxa de Blair e reativado com [REC].

A história é mostrada do ponto de vista de Andrew (sic) - Dane DeHann, perfeito - um garoto nerd, tímido e impopular no colégio, que tem uma mãe moribunda por um câncer avançado e um pai alcoólatra e violento. Frustrado com a vida medíocre, Andrew vive em seu mundo particular. Seu único amigo é seu primo Matt (Alex Russell), um cara popular com quem costuma sair de vez em quando, mais por causa do laço familiar, do que por outra coisa. O filme começa quando Andrew compra uma camera velha e decide fazer um documentário de sua própria vida. Ao conhecer Steve (Michael B. Jordan), são levados a verificar um uma gruta do qual sai uma luz e barulhos estranhos. A camera sofre uma interferência e desliga, no dia seguinte os garotos descobrem aos poucos que possuem poderes; podem fazer objetos levitar, criar barreiras, empurrar coisas pesadas e até mesmo voar.   O que no inicio parece diversão, à medida em que ganham mais poderes, as coisas saem do controle, principalmente quando Andrew começa a utilizar seus poderes em animais e pessoas. O que era uma brincadeira ingenua, acaba em uma situação catastrófica.

O filme tem muitas referencias a outos filmes de heróis, mas é o realismo trazido das cameras manuais que acabam fazendo a diferença. Os efeitos especiais são ótimos e a interpretação de Dane dá credibilidade ao sofrimento do personagem cujo telespectador ficará constrangido em até mesmo defendê-lo de situações que normalmente condenariam. É um filme que merece ser visto e comentado.  


Rick, França - 2010.


Eu sou um fã do cinema francês pós-moderno (leia-se pós Luc Besson), pois deixou pra trás aquela velha mania que aos poucos está acabando também no Brasil, dos pseudos-intelectuais, de fazer apenas "filme-cabeça". Tem mostrado que é possível fazer filmes de qualidade mas sem esquecer o lado entertainment.

Katy é uma operária que abandonada pelo marido e tendo que criar uma filha de 7 anos, vive uma vida medíocre e árdua. A situação se complica ao se envolver com Paco, que acaba tendo uma grande dependência emocional e descobrir que está grávida de um pequeno garotinho. Se inicialmente, sob dificuldades, conseguem criar o pequeno Rick, as coisas complicam quando ao estranhar que o bebê chora muito, lhe aparecem marcas de hematomas no corpo. Imaginando que o responsável seria Paco, ela expulsa-o de casa e decide criar seu filho sozinha junto com sua filhinha. É neste momento que o filme dá uma guinada do realismo natural para um conto de fábulas. É essa mudança que acaba chocando de certa forma o telespectador que pode ficar desconcertado pela mudança drástica em que a história é conduzida. Ricky acaba demonstrando uma habilidade incomum e especial que mudará a vida de todos ao seu redor.

Feito com baixo orçamento, RICKY surpreende pela direção bem segura de François Ozon. Se o filme fosse hollywoodiano, as surpresas reservadas seriam espalhafatosas e fantasiosas demais, porém, Ozon consegue  conduzir tudo de forma gradativa e discreta, misturando fábula com a realidade de Katy. No fim, um final para ajudar o telespectador a formular sua própria teoria sobre o que está acontecendo.



Qualquer Gato vira-lata, Brasil, 2011


Os filmes nacionais estão se tornando interessantes. Mesmo que bebam na fonte das comédias românticas americanas, ainda assim, tem o velho tempero brasileiro. Neste somos apresentados a Tati (Cleo Pires), uma garota bonita e independente, mas totalmente apaixonada e dependente emocionalmente por Marcelo (Dudu Azevedo) uma playboizinho metido que a trai com outras garotas. Sincera e muito romântica, seu namoro acaba quando Marcelo decide dar um tempo. Desesperada, ela acaba assistindo a palestra do professor Conrado (Malvino Salvador) que possui polêmicas teorias sobre relacionamentos a partir das teorias de Darwin sobre a relação animal.  Sem ter outra saída ela decide seguir as regras do professor com o objetivo de reconquistar Marcelo e deixá-lo aos seus pés. Mas à medida que os "experiencias" vão acontecendo, Conrado e Tati acabam se tornando íntimos demais e de repente o grande amor de sua vida pode não ser exatamente o que ela achava.

É uma comédia bobinha, sem muitas pretenções e diverte na medida do possível. Como acontece nas originais hollywoodianas possui conclusões fáceis demais. Mas é uma boa pedida pra assistir comendo pipoca ao lado da pessoa amada.




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