...O PIOR É A RESSACA MORAL!

Cinco horas da manhã de um pleno domingo. Assistindo The Walking Dead na TV. A cabeça dói e o estômago gira feito um carrossel. Há muito tempo não tinha bebido como bebi ontem.  Há mais ou menos uns seis meses, mais ou menos. Deve ser por causa de mulher, disse um amigo ontem. Talvez. Eu invejo as mulheres neste sentido. Se elas levam um fora sofrem por dentro, vão pra balada, ficam com outros caras até que a sua maldita vingança passional alimente sua auto-estima. Os homens não.  Estes serem tolos e incosequentes bebem até morrer! Pelo menos deveriam... porque o pior do dia seguinte não é nem essa ressaca física, mas a ressaca moral.

Por que se fosse somente o meu organismo me punindo pela irresponsabilidade (sim, eu ainda estava dirigindo, acima de tudo), seria suportável aguentar, mas tem sempre a vergonha de ter feito algo que não faria normalmente em estado sóbrio. Sim, porque uma mistura de melancolia, álcool e um celular na mão geralmente não traz bons resultados.  Sabe aquela tensão de olhar pra ele no dia seguinte e rezar para que você não tenha cometido nenhuma merda?  Torce para não ter ligado pra fazer aquela declaração fora de hora ou escrevido alguma coisa pra aquela pessoa que você ama ou odeia? Eu começo a ouvir o som "tan tan tan taaaan"  do Bethoven e voilá, você olha pra droga da mensagem e deseja arrumar um buraco enorme pra enfiar a cabeça pra se perguntar como você teve coragem de fazer aquilo?

Agora estou eu aqui, com a cabeça latejando, melancólico, o cartão de crédito com alguns gastos a mais e uma ressaca moral para me envergonhar.  Mas, como todo mundo sabe, é aquele lance: "Quem não bebe, não tem história!”  Sei que muita gente, homens ou mulheres, já fizeram algumas merdas durante porres. Sei que o importante sempre é bater a poeira, tomar bastante água ardente e sair da tal ressaca moral com dignidade. Mas acho que no meu caso é diferente.

Não costumo expor assim minha vida pessoal desta forma. Mas eu sei que VOCÊ estará lendo isso algum dia, então, é minha forma injustificável de me justificar e de te pedir desculpas.

Espero que perdoe-me!