Se você perguntar ao fã de 007 qual melhor ator interpretou o agente britânico até hoje, possivelmente ouvirá o nome de Sean Connery. Concordo que ele foi bom, até por ter sido o primeiro, mas eu comecei a assistir cinema quando Roger Moore brilhava na pele do agente secreto, e pra mim, ele sempre será o melhor de todos! Mas incrível como 50 anos depois, 007 ainda consiga manter o velhor charme e levar centenas de pessoas ao cinema, a despeito de não ser um personagem americano.
Assim como muitos, depois de Roger Moore, 007 caiu no marasmo com os atores seguintes. Tivemos Timothy Dalton (ridiculo) e Pierce Brosnan (ridiculo²) e quando achei que James Bond acabaria no esquecimento, eis que num lampejo de criatividade a EON Productions resolveu dar uma repaginada no personagem dando um ar mais brutal com o excelente Daniel Craig.
007 - OPERAÇÃO SKYFALL é uma espécie de volta às origens do personagem, criado por Ian Fleming na década de 50, e uma homenagem à personagem M, que desde 1995 com o filme "007 contra Goldeneye" era feito por uma mulher, Judi Denth, que contrariou milhares de fãs apaixonados, uma vez que na versão original de Ian Fleming, criador do agente 007, sempre foi homem.
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| Judi Denth encerra o ciclo da melhor intérprete de M feita em todos os filmes de 007 |
James Bond está numa missão contra um criminoso que conseguiu a lista de todos os agentes secretos britanicos. Num momento crucial, em que precisa decidir sobre a missão e a vida do agente 007, M dá a ordem de atirar e no fim Bond acaba sendo abatido. Dado como morto, Bond decide viver sua vida até o dia em que a sede do MI6, serviço secreto britânico, é explodido e a vida de M é colocada em cheque. Bond decide voltar e descobrir quem está por trás das ameaças contra a maior executiva e chefe do serviço secreto inglês. As revelações colocará em chque sua lealdade ao serviço britanico, mas tambem à sua chefe.
SKYFALL marca uma série de homenagens ao personagem que faz 50 anos. Pra começar temos a volta do personagem Q, o responsável por criar as armas mais criativas do agente secreto, aqui interpretado por um jovem nerd que faz observações engraçadas, como na cena em que diz "acha que vou criar canetas explosivas?". Só os fãs riem. Noutra cena temos o retorno do velho "Bond Car", o Aston Martin DB5, carro clássico de James Bond, utilizado nos primeiros filmes com Sean Connery.
Sam Mendes fez um excelente filme, que não chega a ser melhor que os antecessores com Craig - pra mim Quantum of Solace foi melhor - mas faz uma justa homenagem aos personagens. Pela primeira vez temos Bond de volta às suas origens, visitando sua casa na infancia em Skyfall. As cenas de ação são boas, as cenas de perseguição tambem. Tendo os holofotes voltados para ela, Judi Denth não decepciona como M, a chefona, que mesmo tendo uma ligação pessoal com Bond, mas continua dura como uma autentica britanica. Javier Barden surpreende como um vilão fantástico, e afeminado.
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| Javier Bardien brilha como um dos mais inesquecíveis vilões de Bond. |
Enfim, quem não é fã de 007, ou não acompanha o personagem, poderá achar o filme fraco, mas quem é admirador do personagem achará o filme fantástico pela muitas referencias e homenagens. Para quem sentiu falta do velho clichê da "mira" que sempre aparecia no inicio dos filmes, que ficou sumida dos filmes anteriores, gostará da surpresa final. No fim, é como se fosse uma critica do velho, contra o novo, mas por outro lado, uma declaração de que o novo é essencial para renovar o personagem. SKYFALL é o fim de uma trilogia, mas espero que Daniel Craig volte em filmes futuros.
PONTO FORTE: Homenagens: a cena em que Bond dispensa um Audi pelo velho Aston Martin é de fazer o fã chorar. Judi Denth brilha com sua M. Javier Barden dá um show de interpretação, não me surpreenderia se fosse indicado ao Oscar.
PONTO FRACO: A cena final é meio aquém do que se esperava de Sam Mendes. Poderia ter um pouco mais de emoção.
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