quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A ENTIDADE

 
 
 
 
Dia do Halloween, Park Shopping lotado para ver um filme de terror que pelo trailler prometia ser um bom filme para sustos. Prometia. Afinal era dirigido por Scott Derrickson que produziu o excelente O exorcismo de Emily Rose e fez um bom, e assustador, trabalho em Sobrenatural. Mas em A ENTIDADE (Sinister, 2012) Derrickson derrapa e o que poderia ser um excelente filme, acaba se tornando meio desapontador no final. O maior erro dele é ter bebido na fonte dos filmes de terror japonês, no inicio, estabelecendo uma trama interessante, que envolve o telespectador, mas que no decorrer da trama quando alguns segredos são revelados, acaba caindo no velho marasmo de Hollywood de fazer filmes de terror. Final óbvio e sem surpresas interessantes!
 
 
Ethan Hawke está excelente como o escritor atormentado. Merecia indicação ao Oscar.
 
 
A história é sobre um escritor de histórias policiais chamado Ellison intepretado - muito bem por sinal - por Ethan Hawke que depois de fazer sucesso com um livro sobre crimes em Kentuck, amargou uma série de fracassos e por isso se muda para uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, onde uma familia inteira foi enforcada numa árvore e a filha caçula desaparecida. Desta forma, ele se muda com a esposa e dois filhos para a nova casa. No sótão ele descobre uma caixa que possui algumas filmagens não só do assassinato da família, como do assassinato de várias outras famílias e decide investigar para se tornar tema de seu próximo livro. Contudo, à medida que vai investigando, Ellison começa a sofrer a assombração de uma entidade que segundo a lenda, trata-se de um demônio pagão que incorpora na alma de crianças e as faz matar suas familias.
 
Talvez eu esteja sendo exigente demais, mas não gostei. Gosto de filmes de terror que me surpreendam. Daqueles que você chega no final e exclama "puta que pariu, como é que não imaginei isso antes?". E esse é o maior defeito de A ENTIDADE. É fácil demais, as cenas são previsíveis, você sabe exatamente quando vai tomar sustos, o roteiro tem um monte furos, ou seja, casos que no fim não são explicados ou que ao ser revelados não influi em nada na trama. E o mais importante: o final é totalmente previsível, se fosse feito diferente, talvez tirasse mais entusiasmo da platéia, mas no fim, ele fica assim com cara de bobo, dizendo "eu sabia que isso ia acontecer." Eu imaginei vários finais diferentes, mas Scott Derrickson preferiu seguir o óbvio, sem sequer explicar os motivos envolvidos.
 
Mas não se preocupe. Se você gosta de filmes de terror, vai agradar na maioria das cenas. Tem muita cena que assusta, apesar da maquiagem fraca. Tem cenas chocantes, principalmente por envolver crianças.  Tem ocultismo, afinal envolve uma entidade que existiu de verdade nos livros de história pagã. Mas é um filme mediano, não inova, não tenta surpreender. Parece um filme de terror água com açucar, feito especialmente para quem esperar daquilo de um filme de terror.
 
 
Apesar de uma cena à desejar, na maioria das vezes as crianças assustam.
 
 
 
PONTO FORTE: Ethan Hawke. Ele se entrega ao personagem, dá credibilidade e faz com que a platéia seja solidário com sua angústia e dilemas envolvidos. Pena que a Academia não dê oportunidade a filmes de terror, mas não arriscaria a dizer que ele merecia uma indicação ao Oscar.
 
PONTO FRACO: A cena onde as almas de crianças assombram Ellison. Há uma tentativa de imitar os japoneses e coreanos, mas no fim acabam sendo mais risíveis do que assustadores, em parte, por causa da maquiagem mal feita.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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