segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CORRER DE BRIGA? JAMAIS...

 

 
 
Sempre fui um cara da paz. Nunca fui de andar em brigas e nem caçando confusão. Acredito que  devemos procurar o diálogo antes de qualquer coisa. Mas isso não significa que não já tenha entrado em algumas brigas.
 
Quando tinha uns 8 a 9 anos participei da primeira. Tinha um garoto da rua que implicava comigo, não sei porquê, e um dia a turma nos colocou frente a frente e ficaram provocando. O menino tinha quase o dobro do meu tamanho, para todos os lados já que eu era magrinho. Tão magrinho que meu apelido era titela.  Tava pronto pra sair correndo e possivelmente ganhando a pecha de medroso, até que ele resolveu chamar meu pai de "bêbado corno que fica na porta dos bar". Saquei um murro bem no meio do nariz dele! Em revide apanhei feito burro até conseguir correr e chegar em minha casa. Mas pelo menos sem nariz ele ficou. Mas essa não foi minha primeira briga inesquecivel.
 
 
 
 
Meu pai costumava me levar para o estádio. Sempre ficávamos no anel superior da Fonte Nova, no meio do povão ou junto da torcida Leões da Fiel, uma torcida familiar que não brigava com ninguém. Muito tempo depois, já adolescente, fui estudar numa escola no bairro de Mussurunga I e conheci Passarinho, Luiz e Gabriel.  Eles estudavam comigo e falou que uns amigos tavam querendo montar uma torcida organizada e me chamaram. No inicio era uns poucos gatos pingados, mas causávamos barulho. Na maioria das vezes brigas virtuais no mIRC ou no MSN. Orkut nem sonhava em existir.
 
 
 

Anos se passaram até chegar o fatídico ano de 1999. Campeonato Brasileiro, jogo entre Vitória e Palmeiras no Barradão. Éramos aliados da Independente do São Paulo, e consequentemente, rivais da Mancha Verde do Palmeiras, que tinha ido com quatro integrantes. No estádio, na saída, o nosso pessoal deu alguns catiripapos neles, mas nada que a policia depois de intervir, não tenha resolvido. Até que depois do jogo fomos para um outro ginásio que tava ocorrendo o BAxVI de Basquete. Sabíamos que a torcida do Bahia era aliada da Gaviões, mas nunca que eles e a Mancha se davam bem e que os caras estivessem lá.
 
Resultado: uns 12 nossos pra enfrentar 4 deles. Fácil! Fácil! De repente o milagre da multiplicação aconteceu. Umas dezenas de muleques do Bahia, um mais mais encarado que outro. Um mais forte que o outro. Um dos nossos líderes gritou: "Não corre ninguém! Vamos pro pau! Aqui é Imbativeis!" 
 
 
Imbatíveis - Éramos uma duzia há 10 anos.
Hoje a maior do Vitória com 17 mil membros.
 
Não durou nem 3 segundos... CORREU TODO MUNDO!
 
Eu só fechei o olhos e parti. Corri como nunca nesse mundo. Só via pedra voando, pedaço de pau, gente nossa sendo pega e tomando uns cacete. Eu mesmo, só me livrei porque olhei prum matagal e me joguei, só saindo de lá quando vi as sirenes da polícia e a certeza de que estava tudo tranquilo. Cansado, todo arranhado e com a moral lá embaixo por ter sido perseguido e apnhado da Bamor e pela Mancha.
 
Ai vim para Brasilia. Disse que jamais ia me meter de novo com esse negócio de torcida organizada. Até que encontrei com Junior, mineiro membro da Máfia Azul. "E aí Andrezão, os muleques querem montar uma torcida organizada do Gama..."
 
E aí começou tudo de novo!
 

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