sexta-feira, 26 de julho de 2013

MEU NAMORADO É UM ZUMBI | Crítica


 
 
Zumbis estão na moda. Antes relevados apenas aos filmes de terror B de Georges Romero, desde que viraram estrelas de games como Resident Evil a participação dos mortos-vivos foram crescendo até chegar ao ápice na série de TV The Walking Dead.
 
Admito, contudo, que não sou muito fã de filmes de zumbis. Por isso torci o nariz umas trocentas vezes quando vi inicialmente a sinopse e o trailer de Meu Namorado é um Zumbi (Warm Bodies, 2012), baseados num romance bastante popular nos Estados Unidos, chamado "Sangue Quente". Primeiro, pelo nome tosco que deram ao filme no Brasil, e segundo, porque a imprópria história de amor entre um zumbi e uma belíssima garota, pareceria mais tosco ainda. Contudo, voilá, para nossa surpresa até que o filme é legalzinho!
 
A surpresa começa no início (sic) quando somos apresentados ao zumbi R. Narrado em primeira pessoa, R (ele esqueceu seu nome) conta como é sua vida depois que foi transformado em zumbi. Ele e quase toda a população. A narrativa é tão engraçada que chega a ser uma mistura entre o macabro e a empático. Assim o público acaba se atraindo pela personalidade cativante do personagem. "Arrasto os pés para lá e para cá. Trombo com outros zumbis. Dou uns grunhidos ou aceno com a cabeça quando dividimos alguns mortos..."  
 
A rotina de R muda quando ele se depara com Julie, uma linda garota sobrevivente, filha do líder da resistência, o general Grigio. O coração de R bate mais forte e a coisa fica mais complicada quando ao comer o namorado dela passa a "ver" as memórias da garota. Ao salvá-la de outros zumbis famintos, R inicia uma relação improvável, mas que aos poucos, sem dizer uma única palavra, vai conquistando-a por meio de suas ações. No fim, Julie se vê obrigada a mostrar ao pai que os humanos transformados em zumbis podem ser curados, ao mesmo tempo que precisam se proteger de outros inimigos, zumbis mais poderosos que matam e se alimentam de seres vivos.  


O apaixonado zumbi R, com seu "amigo" M, numa tentativa de salvar Julie dos demais mortos-vivos.

 
Pode ser tosco, mas a história até que tem um certo toque de romantismo, apesar do tom macabro. Isso é que torna o filme de certa forma original. Dizer que o romance da garota linda com um zumbi é improvável e irreal é meio incoerente, afinal, qual garoto apaixonado não possui as mesmas características de um zumbi quando fica ao lado da garota objeto de desejo?
 
O elenco ajuda muito. John Malkovich vira uma espécie de coadjuvante de luxo no papel do general que odeia os zumbis e só pensam em exterminá-los. Teresa Palmer convence como a garota assustada que acaba sendo encantada pelo zumbi, mas é mesmo Nicolas Hoult que surpreende com o seu zumbi que convence no ponto certo entre o macabro, o romântico e o sarcasmo. O escracho fica por conta de M, feito pelo impagável Rob Corddry, um daqueles comediantes que você rir só de olhar para ele.
 
No fim, Meu Namorado é um Zumbi acaba cumprindo seu papel em se tornar uma comédia romântica levemente bobinha e gostosa de se assistir.
 
 
 
 

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