quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SUICÍDIO PLANEJADO

♫ "Love is suicide..."
- Billy Courgan.





Um jornalista esportivo dos Estados Unidos cometeu suicídio no dia do seu aniversário de 60 anos. O que há demais nisso? Ele se preparou para isto!!

Durante vários anos, Martin Manley preparou vários textos nos quais explicava porque havia decidido acabar com a própria vida. E detalhe: o blog não estava publicado ainda. Ele deixou o blog programado para entrar no ar no dia que completasse 60 anos, ou seja, na manhã de sábado em que ele havia decidido morrer. 

Motivo? O blog é longo - e foi excluído pelo servidor - mas resumindo ele diz que não tinha nenhum problema de saúde, não estava deprimido, não tinha problema financeiro - pelo contrário, tinha mais de R$ 400 mil em aplicações - estava cheio de amigos, mas estava levando à cabo uma decisão que havia tomado muitos anos antes, a de terminar a coisa toda aos 60 anos porque não via sentido em prosseguir com a vida depois dessa idade.

Então ele pegou seu carro, foi até um estacionamento e deu um tiro na cabeça. A morte do jornalista ascendeu uma discussão nos Estados Unidos sobre até que ponto o ser humano pode abdicar de viver e decidir sua própria morte?

"Como pretende ser lembrado? Como um idoso que teve sua morte anunciada num obituário de um jornal qualquer e que no dia seguinte será sequer lembrado? Ou como alguém que morreu e anunciou num blog como este e será lembrado por gerações?" 

- Martin Manley

Isso me lembrou um caso que ano passado me deixou bastante pensativo. Aqui mesmo no Brasil, outro jornalista, desta vez Eduardo Hiroshi, editor do jornal Agora SP, também cometeu suicídio.   No caso dele o motivo foi mais emblemático. Hiroshi havia estabelecido uma meta pessoal de que se até os 35 anos não tivesse encontrado um grande amor e não tivesse uma vida financeira estabilizada, morreria. E foi isso que fez. 

Numa carta deixada na redação do jornal onde trabalhava:  "Se não deu, é porque a vida nos reservava outros planos. Parto para outra e não sei o que vou encontrar. Mas espero aos amigos que ficam que encontrem paz, saúde e felicidade."


Por fim, questiono meio como eutanasiano até que ponto pode o homem decidir cuidar de sua própria vida? Religiosamente dizem que Deus deu a vida ao homem e não cabe à ele tirá-la. Concordo plenamente com isso. Mas quando olho para idosos largados em asilos, quando vejo hospitais repletos de  velhos sozinhos, morrendo à mingua, sem ninguém ao seu lado e dando trabalho para quem não tem a menor obrigação de cuidá-los, me pergunto: não estariam Manley e Hiroshi corretos?



PS: Isso é um texto aleatório. Devaneios; não estou pensando em me suicidar.



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