domingo, 25 de agosto de 2013

TRUQUE DE MESTRE | Crítica



Em determinado momento o personagem de Morgan Freeman tenta justificar sua posição dizendo que as pessoas sentem mais prazer desvendando um truque de magia do que necessariamente pela magia. Desta forma Truque de Mestre (Now you see me, 2013) tinha tudo para ser um excelente thriller de ação, se não falhasse na hora de justificar os seus próprios truques.


A História

Recheado de estrelas e trazendo na bagagem a direção de Louis Leterrier (Cão de Briga, O Incrível Hulk, Carga Explosiva, Fúria de Titãs), a trama gira em torno de quatro mágicos desconhecidos que certo dia são arregimentados para formar um grupo chamado Quatro Cavaleiros, financiados pelo milionário Arthur Tressler (Michael Caine). Daniel Atlas (Jesse Eisenberg, de A Rede Social), Henley Reeves (Isla Fisher), Jack Wilder (Dave Franco) e Merrit McKinney (Woody Harrelson) em apenas um ano passam de meros desconhecidos a grandes mágicos do showbizz, se apresentando em grandes teatros de Las Vegas.

Seus shows vão ficando cada mais mais espetaculares até o dia que decidem fazer o maior truque de todos: assaltar um banco em Paris utilizando um das pessoas na plateia. Quando o dinheiro é roubado e jogado para o público, entra em ação o policial Dylan Hobbs (Mark Ruffalo) e a agente da interpol Alma Vargas. Eles serão ainda ajudados por Thaddeus Bradley (Morgan Freeman), um ex ilusionista que agora vive de desvendar os truques dos mágicos, como numa espécie de Mister M. Ao desvendar o truque ambos vão descobrindo que o grupo possui um plano muito maior do que simplesmente assaltar bancos.

Os Quatro Cavaleiros, ilusionistas levados ao topo do showbizz como pretexto para aplicar um grande golpe.

 O Roteiro  

Escrito por três pessoas, a trama tinha tudo pra engrenar, e até desperta atenção em boa parte do filme.  As cenas da apresentação são bem conduzidas, todas dirigidas em câmeras de trilho para dar sensação de movimentação. As cenas de ação também não deixam a desejar, principalmente na boa perseguição policial pelas ruas de Chinatown. 

O filme acerta quando a cada truque é seguido de sua explicação, em planos bem arquitetados no melhor estilo 11 homens e 1 segredo. Cabe ao personagem de Woody Harrelson a parte cômica da trama com suas observações sarcásticas e sua insistente tentativa de cantar a colega de trabalo, Henley. 


Morgan Freeman vive uma espécie de Mister M, ajudando a polícia a desmascaras os quatro ilusionistas.



Mas onde o filme falha? Na tentativa obsessiva de querer surpreender demais o público. Muitas cenas de ação, embora bem feita, possui furos. E mesmo quando utiliza do recurso do flashback para explicá-las, acabam se enrolando mais ainda. Ainda assim, o suspense criado em torno do Mentor do grupo - já que em determinado momento e numa boa trama,descobrimos que não é o personagem de Michael Caine - vai lhe deixar colado ao filme até o final. Contudo é no fim que a história desanda, a surpresa final até surpreende (sic) de uma forma imprevisível, mas que não convence e nem se justifica. Fica fácil demais!

O filme bate muito na teoria de que uma grande mágica consiste na possibilidade de distrair o seu público, e que a melhor forma de fazer isso, é desviando-o do foco. Tem idas e vindas, revelações, falsas pistas, mas para o olhar mais atento, acaba tendo muitos furos. Truque de Mestre exagera demais neste conceito e acaba se tornando apenas mais um filme de entretenimento. Por fim, é um bom filme, só não exija muito dele para não se decepcionar no final.







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