segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ABRAHAM LINCOLN - O CAÇADOR DE VAMPIROS



Os americanos são nacionalistas ao extremo, e como tais, não poupam em criar analogias heróicas aos seus ícones. Abraham Lincoln, o primeiro presidente republicano dos Estados Unidos que lutou contra a escravidão e com isso desencadeou uma sangrenta guerra civil, mas que com coragem conseguiu unir o país, é idolatrado até hoje como um iconoclasta da liberdade e dos direitos civis.
 
Abraham Lincoln - O caçador de vampiros é baseado no livro homônimo de Seth Grahame-Smith que fez muito sucesso nos Estados Unidos, ao colocar o ex-presidente tambem como um grande matador de criaturas do além. Seth faz uma adaptação de elementos históricos, como a luta de Lincoln pela abolição dos escravos  que culminou na guerra civil americana, pegando carona na onda vampiresca do momento. O grande problema é que o filme só tem graça mesmo para os americanos! O cara que nunca estudou história americana, ficará boiando e verá apenas mais uma produção sobre matadores de vampiros.
 
O filme começa quando ele tem apenas 9 anos, e assim como na vida real, perde sua mãe. A diferença é que neste caso, ela é morta por vampiros. A vida real para por ai. Seu pai morre mais tarde e Linconl crescer com desejo de vingar a morte da mãe, mas descobre que não será fácil matar tais criaturas. É quando recebe a ajuda de Henry Sturges, um misterioso milionário, que vive de matar vampiros. Treinado, Abraham Lincoln se torna um matador profissional, quanto divide o tempo estudando Direito e atendendo como balconista.
 
É neste ponto que o filme se perde e se torna confuso. Emboa o melhor amigo dele seja negro,  não é o desejo de liberdade que motiva Linconl a lutar contra a escravidão, mas é saber que somente libertando os escravos é que ele conseguiria combater os vampiros, que utilizam os escravos como alimento, enquanto vivem como cidadãos comuns integrados à Sociedade. Então, ele deixa de ser o matador de vampiros e decide se tornar Presidente, acendendo a fúria de Adam, o chefe do clâ dos Vampiros.

A falha está justamente em tentar inserir o contexto histórico na trama. Quando o filme pula 30 anos e já mostra um Lincoln cinquentão e presidente, Seth insere a guerra civil no contexto dos vampiros e se perde totalmente. Falta detalhes para explicar, por exemplo, a própria guerra e fica parecendo que se trata apenas uma luta comum entre homens e vampiros.

Apesar do roteiro confuso, como produção não deixa a desejar. A excelente direção do russo Timur Beckmanbetov, que ficou conhecido pelo filme de ação "Guardiões da Noite", é segura, tem ótimos efeitos especiais - a cena do combate de Lincoln com um vampiro entre uma correria de cavalos é bem feita -  embora não agrade muito a fotografia em estilo sephia - aquela que dá impressão de envelhecimento - que ele aplica em boa parte da trama.

Os atores são razoáveis. Benjamim Walker se sai bem, embora tenha sido a escolha depois que astros como Tom Hardy, Eric Bana, Adrien Brody e Josh Lucas recusaram o papel. Rufus Sewell, que normalmente tem uma cara de doido, e por isso, os vilões sempre lhe cai bem, não decepciona. Os demais atores são medianos e desconhecidos do público.

No fim,  Abraham Lincoln - O caçador de vampiros,  acaba se tornando um bom filme de entretenimento. Apenas!










 
 

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