quinta-feira, 24 de outubro de 2013

REGGAE NO BRASIL: RESUMO DA ÓPERA.




No final dos anos 60 o mundo se rendia aos Beatles ou ao Rolling Stones. Foi neste contexto que nos suburbios de Londres, um som saído dos guetos de uma antiga colônia, a pequena ilha da Jamaica, começava a ganhar força.  Eles já conheciam dois ritmos tradicionais da ilha,  o rápido e dançante Ska  (que mais tarde influenciaria no surgimento do punk rock) e o meloso e romântico Rock Steady. Mas se encantaram com a nova melodia que era alguma coisa entre os dois ritmos e ficou conhecido como REGGAE.

Com o sucesso do reggae na Inglaterra, logo o ritmo ganhou o mundo por meio de Bob Marley. Na esteira do sucesso vieram outros nomes de peso para se tornarem ícones do movimento: Jimmi Cliff, Peter Tosh, Alphablondy, Gregory Isaacs, entre outros.
Ritmo universal, influenciou - e influencia - até hoje praticamente todos os outros ritmos: pop, rock, dance, salsa, funk, hip hop, MPB e até o samba já se renderam ao ritmo africo-caribenho. Impossível não se envolver com o som da ilha.

Gilberto Gil foi o primeiro a introduzir o reggae no Brasil em 1979.


O reggae chegou ao Brasil no inicio dos anos 70 por meio da Tropicália. Caetano Veloso, que durante o período do exílio conheceu o gueto jamaicano nas ruas de Porto Belo Road, em Londres, mencionou o ritmo na canção "nine out of ten" em 1971, mas foi em alguns anos mais tarde, com a versão brasileira de No woman no cry de Bob Marley, que Gilberto Gil introduziu o reggae pela primeira vez em solo brasileiro. Mais tarde com o sucesso da canção "Bahia Jamaica" de Chico Evangelista e Jorge Alfredo no Festival de Música da TV Tupi, outros artistas brasileiros aos poucos se rendiam ao reggae. Chico Buarque introduziu o reggae como uma das canções de sua peça "A Ópera do Malandro" e em seguida foi acompanhado por Luiz Melodia, Rita Lee e Novos Baianos. O reggae, de forma abrasileirada, se tornava cada vez mais presente na música popular brasileira. 

O reggae hoje em dia está na cultura pop. Bandas como Skank, Cidade Negra, Natiruts tem espaço garantido nos fones de todos que gostam de música. Já é considerada uma mania nacional ao lado de outros ritmos, principalmente por aqueles que gostam de sol, mar, natureza e afins.  Contudo, mesmo estes, costumam ser mal vistos por aqueles que curtem o reggae puro, chamado de raiz. O reggae puro, original, é curtido de forma massificada apenas em dois cantos do país: Bahia e Maranhão. 

O reggae chegou nestas dois estados por caminhos diferentes, possui ritmos diferentes e finalidade diferentes. Se na Bahia o reggae é visto como símbolo de resistência da cultura negra,  no Maranhão pende mais pelo lado do entretenimento. Juntos representam por 57% do consumo de reggae no Brasil!

Vamos conhecer a história por trás de cada um deles?



Praça do Reggae, no Pelourinho, reune toda semana os amantes do reggae.
Considerada a "Jamaica brasileira", São Luiz do Maranhão reúne o grande mercado consumidor de reggae no Brasil.
  
A QUESTÃO DA MACONHA


Toda vez que se toca um bom reggae a primeira coisa que vem à cabeça de alguém é a lombra ou o preconceito de que todo regueiro é maconheiro. Claro, que isso não é à toa. Assim como ocorre em algumas seitas que se utiliza de ervas alucinógenas, como o Santo Daime, o Rastafarianismo também acredita que fumar maconha o aproxima mais de Jah.
É claro que hoje em dia, a maioria das pessoas que curtem reggae e fumam maconha estão pouco se lixando pro rastafari. Mas achar que todo regueiro é maconheiro é preconceito. Na Bahia, principalmente, com a conversão de muitos rastafari e regueiros para igrejas evangélicas, o uso de da maconha é desestimulado. Como costumam dizer ironicamente em Salvador, o fato de fumar reggae não significa que ouço maconha.  



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