sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O JOGO DO EXTERMINADOR | Crítica

 
 
 
Entre as várias adaptações de livros juvenis para o cinema, este baseado na obra de Orson Scott Card de 1977 foi uma grata surpresa. Livro que influenciou gerações e filmes como Jogos de Guerra, foi uma espécie de escapatória para histórias de amor entre vampiros, lobisomens, lobos e afins.
 
Pra começar, este não tem intenção nenhuma de agradar menininhas; um filme feito especificamente para o público nerd, os que adoram videogames. Mas o mais espetacular de tudo, é que o pano de fundo criado por Scott Card, remete a uma crítica velada de como os Estados Unidos trabalha hoje com seu exército: atirar primeiro, perguntar depois.
 
 
 
 
O livro é fantástico, as sequencias de estratégias militares são descritas de forma bem didática de forma que o leitor possa se maravilhar de tudo. Mesmo que o filme não consiga levar às telas toda emoção do livro, vale à pena ver O Jogo do Exterminador (Ender´s Game).
 
A trama se passa num futuro distante, numa Terra pós-guerra massacrada depois de uma batalha contra alienígenas que tentaram dominar o planeta. No fim, os terráqueos saíram vencedores, mas depois que o exército descobre que os mesmos alienígenas estão se fortalecendo num planeta próximo, criam um programa para treinar crianças para se tornarem guerreiros e assim comandar uma nova guerra.
 
 
 
 
Depois de várias tentativas frustradas, finalmente o coronel Hyrum Graff (Harrison Ford) encontra no jovem Ender (Asa Butterfield) o seu escolhido, o guerreiro perfeito. Ender, é um jovem caçula de uma família comum americana, com pouco mais de 10 anos, mas que se mostra a mente perfeita. Inteligente, ele estabelece estratégias de guerras infalíveis, como acaba demonstrando ao vencer as simulações durante seu treinamento.
 
Diante da possibilidade iminente de um novo ataque alienígena, a relação entre o coronel Graff e Ender vai ficando cada vez mais tensa à medida que o garoto é submetido a situações extremas, mesmo sob o olhar desconfiado da Major Gwen, que serve de contraponto à obsessão do coronel Graff em transformar Ender na "arma perfeita". Ao contrário dos seus pares, Jogo do Exterminador não se perde em romantismo ou situações pueris. A trama se passa toda dentro do complexo militar e sobre o treinamento do garoto, até a batalha final.
 
 
 
 
 
O roteiro comete algumas falhas ao exibir situações que só conseguiriam ser entendidas para quem leu o livro, como na relação que ele tem com a irmã Valentine (Abigail Breslin) que é utilizada pelos alienígenas para atingir Ender.
 
O filme foi bastante criticado por dar foco a estratégia de guerra, ou seja, tudo no treinamento de Ender visa torna-lo um estrategista sem levar em conta possíveis sacrifícios. Como numa sala de vídeo game, os garotos são treinados a chegar ao seu limite, mesmo que isso signifique a morte de milhões de pessoas. A questão filosófica começa justamente quando Ender questiona isso. Na sua opinião a guerra deve ser a última solução, quando todas as formas de conciliação forem tomadas.
 
 
 
 
O final é surpreendente em todos os aspectos, principalmente se você não leu o livro. Um final diferente, que faz você sair do cinema questionando questões morais sobre as táticas utilizadas em guerra.
 
O filme tem bons efeitos especiais, ótimas atuações. Harrison Ford está perfeito fazendo o coronel duro que tenta criar um soldado perfeito numa criança de 10 anos. Mas o destaque vai mesmo para Viola Davis, que faz uma espécie de consciência do Coronel, tentando fazê-lo acordar de sua obsessão bélica. É um filme pra pensar, racionar e discutir. Embora tenha sido baseada num livro de 1977, continua mais atual do que nunca.

Um comentário:

Ale disse...

O filme O Jogo do Exterminador é considerada uma das maiores sagas de ficção científica e me fascina

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