O tempo passa e o Facebook ainda nos faz reencontrar pessoas sumidas de há tempos. Reencontrei dia desses uma pessoa que me fez passar pela situação mais inusitada de toda a minha vida: me fazer assistir um BAVI no meio da torcida do Bahia!
O homem apaixonado é um eterno vulnerável. Eu devia ter uns 17 ou 18 anos e já era um fanatico pelo Vitória. Desta forma, é óbvio, que você procure namorar com alguém que compartilhe deste sentimento. Mas o coração sempre prega peças e me envolvi não com uma simples torcedora do Bahia, mas uma torcedora fanática pelo tricolor baiano. Grazi era uma belíssima loira que ajudava no restaurante da mãe, que funcionava em frente ao lugar onde trabalhava. Como acontece com a maioria das meninas em Salvador, vestia sempre roupas mínimas, inclusive, um shortinho que não só abalava a mim, como a outros colegas de trabalho. Mas no fim, contrariando todas as lógicas, acabamos nos envolvendo, apesar da contrariedade do pai dela.
Relacionamento vai, relacionamento vem, não nos preocupamos quando aconteceria o primeiro momento de teste do nosso namoro. E no BAVI? Quem vai ficar com quem? Os amigos deram a dica: cada um assiste na sua torcida e se encontra no final. "Ah amor, a Fonte Nova é enorme, a gente vai se perder, vamos fazer o seguinte: você assiste comigo na torcida do Bahia no primeiro tempo, e no segundo eu vou com você lá pra torcida do Vitória". Como disse, um homem apaixonado é um eterno vulnerável. Aceitei na hora!
Toda família tem sempre uma "ovelha negra" pra variar. Foto: Correio da Bahia |
Nao contive, gritei.. "É gol porra, VSF todos vocês..." Só deu tempo de fechar os olhos e correr. Tinha esperança que os policiais fossem me proteger, até protegeram, mas antes de chegar na ala sul do estádio - destinado à torcida do Vitória - tomei muitos tapas, sopapos e pescoçadas. Mas estava feliz, Vitória ia ser campeão!
Meia hora depois, já pelos 15 minutos do segundo tempo, me aparece a Grazi com a camisa do Bahia escondida, me pagando sapo e dizendo que eu não cumpri o acordo. "Amorzinho" pra lá, "Amorzinho" pra cá, convenci ela de assistir o jogo na torcida do Vitória. O tempo passava, até chegar aos 46 minutos, e a torcida do Bahia começar a ir embora, cabisbaixa, ouvindo a torcida do Leão - inclusive eu - gritar: Ééé campeão! Ééé campeão! Mas aí, numa dessas coisas trágicas que a vida faz com a gente, aos 46 minutos!!! o feladaputa chamado Raudinei recebe uma bola, e no meio de dois zagueiros do Vitória, chuta pra marcar o gol de empate que daria o bicampeonato ao Bahia.
Não precisa dizer que a Grazi gritou, vibrou feito louca e deu uma correria danada até chegar a ala Norte, onde ficava a torcida do Bahia. Não sei se era porque é mulher, ela não apanhou e nem teve correria. Não sei porque se foi o calor do jogo, ou porque o amor não era tão grande, ou sei lá qual o motivo... mas a partir daquele momento o namoro tinha ido pro pau. E finalizava o romance mais improvével que poderia acontecer em Salvador.
Um homem apaixonado é um eterno vulnerável... mas ver alguem torcer contra seu time é outrra coisa!
#FATO
#FATO
2 comentários:
Haheha.
Q delícia esse seu post.
Começei a ler sem mt ânimo pq se tratava de um assunto q não tenho mt intimidade: futebol. Mas não consegui parar de ler.
Mt bom. Me imaginei lá no meio das torcidas.
Estava sentindo falta dos seus escritos.
Ando meio preguiçoso, sem inspiração.
Mas é que "rever" uma amiga me lembrou dessa situação. :)
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